terça-feira, 23 de agosto de 2011

Entomologia Forense


A entomologia forense consiste no estudo de insectos e outros artrópodes num contexto legal. Tem inúmeras aplicações como a determinação do tempo mínimo desde a morte através da medição dos insectos, o local em que ocorreu o crime e descobrir se a vítima ingeriu toxinas. Nada é subjectivo, "são apenas insectos a contarem uma história". Ao contrário das pessoas, as moscas "não mentem nem fazem suposições culturais". 
Os insectos constituem 90% da vida na Terra, são milhares de espécies e conseguem chegar à cena do crime antes da polícia. 
O principal pressuposto é que o corpo não está morto há mais tempo do que o necessário para os insectos chegarem ao cadáver e se desenvolverem. Assim, a idade dos insectos mais velhos presentes no corpo determina o intervalo postmortem mínimo.
Os insectos mais valiosos para a entomologia forense são as varejeiras (família Calliphoridae), uma vez que são geralmente as primeiras a colonizar um corpo após a morte, muitas vezes num espaço de horas.
Muitas outras espécies de mosca, escaravelho, vespa e traça estão associadas aos cadáveres, constituindo uma sucessão de insectos a colonizar o corpo, mas como tendem a chegar depois das varejeiras são menos úteis na determinação do intervalo postmortem mínimo.


A postura das varejeiras ocorre geralmente nos orifícios naturais, como por exemplo, a boca, o nariz, os olhos e os ouvidos ou noutros locais mais escuros e húmidos tais como dobras de roupa ou debaixo do corpo. Os ovos eclodem, nascendo larvas de primeiro estádio que crescem rapidamente, sofrendo duas mudas para passar pelo segundo e terceiro estádios até pararem de se alimentar.
Conforme a espécie, podem transformar-se em pupas no cadáver ou afastar-se em busca de um local apropriado.
Então, a larva contrai-se e a cutícula endurece e escurece, formando o pupário em forma de barril, no interior do qual a pupa sofre metamorfose, transformando-se numa mosca adulta. Quando a mosca emerge, a cápsula vazia do pupário fica para trás como prova duradoura do seu desenvolvimento.

Ciclo de vida de uma varejeira Calliphorídea (adultos, ovos, larvas de primeiro estádio, larvas de segundo estádio, larvas de terceiro estádio, pupários contendo pupas)

Num caso, o entomólogo forense pode deslocar-se pessoalmente ao local do crime a fim de recolher as espécimes de insecto do cadáver ou, em alternativa, recolher os espécimes durante o exame postmortem.




Fonte:
http://www.scienceinschool.org/2006/issue2/forensic/portuguese

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